COMO PREPARAR A MENTE PRO RELÂMPAGO
Nos recantos da mente da mulher
há um armazém. O armazém
está coberto de glicínias. As glicínias se perguntam
há um armazém. O armazém
está coberto de glicínias. As glicínias se perguntam
o que passa pela mente da mulher.
A mulher também se pergunta.
O rio está bravo esta noite. O rio é um chamado
A mulher também se pergunta.
O rio está bravo esta noite. O rio é um chamado
dorido pela escassez. A mulher anda em sua
direção
os braços firmes e cobertos
pelo luar. As glicínias desejam o rio.
os braços firmes e cobertos
pelo luar. As glicínias desejam o rio.
E este deseja o armazém na mente
da mulher, deseja restar em ruínas
embora a água seja também um tipo de ruína original
da mulher, deseja restar em ruínas
embora a água seja também um tipo de ruína original
definida na estrutura e imprevisível.
A mulher desata a luz que há em seu corpo.
Vadeia através do rio enquanto as glicínias
emaranhadas
A mulher desata a luz que há em seu corpo.
Vadeia através do rio enquanto as glicínias
emaranhadas
sangram de sua boca, de seus olhos, de seus
pulsos,
da válvula cardíaca, do coração. O jardim mais uma vez
encobre o corpo – chamado pela água
da válvula cardíaca, do coração. O jardim mais uma vez
encobre o corpo – chamado pela água
e carregado pela mulher até a água desejosa.
Quando ela sangra as glicínias, o armazém
em sua mente fica livre e vazio, fonte
Quando ela sangra as glicínias, o armazém
em sua mente fica livre e vazio, fonte
de toda vacuidade. Livre para abrigar o céu
noturno.
Livre como a mulher, para sustentar nada
além da vasta, vazia e impensável escuridão.
Livre como a mulher, para sustentar nada
além da vasta, vazia e impensável escuridão.
HOW TO PREPARE THE MIND FOR LIGHTNING
In the recesses of the woman’s mind
there is a warehouse. The warehouse
is covered with wisteria. The wisteria wonders
what it is doing in the mind of the woman.
The woman wonders too.
The river is raw tonight. The river is a calling
The woman wonders too.
The river is raw tonight. The river is a calling
aching with want. The woman walks towards it
her arms unimpaired and coated
with moonlight. The wisteria wants the river.
her arms unimpaired and coated
with moonlight. The wisteria wants the river.
It also wants the warehouse in the mind
of the woman, wants to remain in the ruins
though water is another kind of original ruin
of the woman, wants to remain in the ruins
though water is another kind of original ruin
determined in its structure and unpredictable.
The woman unlaces the light across her body.
She wades through the river while the twining
wisteria
The woman unlaces the light across her body.
She wades through the river while the twining
wisteria
bleeds from her mouth, her eyes, her
wrist-veins,
her heart valve, her heart. The garden again
overgrows the body—called by the water
her heart valve, her heart. The garden again
overgrows the body—called by the water
and carried by the woman to the wanting river.
When she bleeds the wisteria, the warehouse
in her mind is free and empty and the source
When she bleeds the wisteria, the warehouse
in her mind is free and empty and the source
of all emptiness. It is free to house the night
sky.
It is free like the woman to hold nothing
but the boundless, empty, unimaginable dark.
It is free like the woman to hold nothing
but the boundless, empty, unimaginable dark.
(Brynn Saito)
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