Descobri recentemente que a poesia simbolista belga, entre a racionalidade francesa e o romantismo alemão, deu origem a uma tradição bastante diferente dos outros dois países. Descobrindo Maurice Maeterlinck, encontrei uma canção que aqui traduzo. Canção é um gênero lírico do qual gosto bastante, sobretudo pela - óbvia - musicalidade que o compõe (há mesmo uma referência sobre esse poema ter sido musicado e/ou arranjado para piano por Jean Absil, mas não encontrei o áudio. Deixo aqui uns extratos de composições dele, de todo modo).
Maeterlinck recebeu o Nobel de literatura em 1911, é conhecido pelo misticismo de influências flamengas e pela importância que tem no simbolismo francófono. Aqui ele canta. Ouçamos.
onde foi que se escondeu!
Procurei trinta anos, irmãs,
sem chegar mais perto del'...
Procurei trinta anos, irmãs,
e meus pés cansaram,
Ele estava em todo canto, irmãs,
inexistente...
Chegada a triste hora, irmãs,
retiro as sandálias,
A noite também morre, irmãs,
e minha alma falha...
Vocês tem dezesseis, irmãs,
partam para longe,
Peguem meu bordão, irmãs,
vejam onde se esconde...
J’ai cherché trente ans, mes soeurs,
Où s’est-il caché!
J’ai marché trente ans, mes soeurs,
Sans m’en approcher. . .
J’ai marché trente ans, mes soeurs,
Et mes pieds sont las,
Il était partout, mes soeurs,
Et n’existe pas. . .
L’heure est triste enfin, mes soeurs,
Ôtez mes sandales,
Le soir meurt aussi, mes soeurs,
Et mon âme a mal. . .
Vous avez seize ans, mes soeurs,
Allez loin d’ici,
Prenez mon bourdon, mes soeurs,
Et cherchez aussi. . .
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