Mostrando postagens com marcador estrella errante. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador estrella errante. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 10 de julho de 2015

menos que um: mario benedetti y seja bem vinda

Bem  vinda

Me ocorre que vais chegar diferente
não exatamente mais bonita
nem mais forte
nem mais dócil
nem prudente
apenas vais chegar diferente
como se esse tempo sem me ver
tivesse te surpreendido também
talvez porque saibas
como te penso e te enumero

no fim das contas a nostalgia existe
ainda que não choremos nas calçadas fantasmas
nem sobre as almofadas de candura
nem sob o céu opaco

eu nostalgio
tu nostalgias
e como me dói que nostalgie

teu rosto é a vanguarda
talvez chegue primeiro
porque o desenho nas paredes
com traços invisíveis e seguros

não esqueças que teu rosto
me olha como o povo
sorri e anseia e canta
como o povo
e isso te dá uma luz
inapagável

agora não tenho dúvida
vais chegar diferente e marcada
com notícias
com angústia
com franqueza

sei que vou te querer sem perguntas
sei que vais me querer sem respostas

 
Bienvenida

Se me ocurre que vas a llegar distinta
no exactamente más linda
ni más fuerte
ni más dócil
ni más cauta
tan sólo que vas a llegar distinta
como si esta temporada de no verme
te hubiera sorprendido a vos también
quizá porque sabes
como te pienso y te enumero

despues de todo la nostalgia existe
aunque no lloremos en los andenes fantasmales
ni sobre las almohadas de candor
ni bajo el cielo opaco

yo nostalgio
tú nostalgias
y como me revienta que él nostalgie

tu rostro es la vanguardia
tal vez llega primero
porque lo pinto en las paredes
con trazos invisibles y seguros

no olvides que tu rostro
me mira como pueblo
sonríe y rabia y canta
como pueblo
y eso te da una lumbre
inapagable

ahora no tengo dudas
vas a llegar distinta y con señales
con nuevas
con hondura
con franqueza

sé que voy a quererte sin preguntas
sé que vas a quererme sin respuestas.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

estrella errante: Juan Gelman y usted ainda quer essa mulher

Essa mulher se parecia à palavra nunca,
desde sua nuca subia um encanto particular
um tipo de esquecimento onde guardar os olhos,
essa mulher se instalava em meu dorso esquerdo.

Atenção atenção eu gritava atenção
mas ela invadia como o amor, como a noite,
os últimos sinais que fiz para o outono
deitaram calmos sob a onda em suas mãos.

Dentro de mim estalaram ruídos secos,
se despedaçavam a fúria e a tristeza,
a senhora chovia suave
sobre os meus ossos parados na solidão.

Quando se foi, eu tiritava feito um condenado,
com uma faca cega me matei,
vou passar a morte inteira deitado com seu nome,
ele moverá minha boca pela última vez.


Esa mujer se parecía a la palabra nunca,
desde la nuca le subía un encanto particular
una especie de olvido donde guardar los ojos,
esa mujer se me instalaba en el costado izquierdo.

Atención atención yo gritaba atención
pero ella invadía como el amor, como la noche,
las últimas señales que hice para el otoño
se acostaron tranquilas bajo el oleaje de sus manos.

Dentro de mí estallaron ruidos secos,
caían a pedazos la furia, la tristeza,
la señora llovía dulcemente
sobre mis huesos parados en la soledad.

Cuando se fue yo tiritaba como un condenado,
con un cuchillo brusco me maté,
voy a pasar toda la muerte tendido con su nombre,
él moverá mi boca por la última vez.

domingo, 2 de março de 2014

estrella errante: Raúl Mendizábal, el Chino

VIAGEM AO CORAÇÃO

rosy
vou dormir
apaga a luz do 2 de março de 56 quando eu vim
            te conhecer

porque
quem é mais leve? tu
quem ama mais? tu
quem tem o rosto de minha morte? tu tu tuturu tu
            tutu

19/01/92




VIAJE AL CORAZÓN

rosy
voy a dormir
apaga la luz del 2 de marzo de 1956 cuando vine
              para conocerte

pues
quién es más ligero? tú
quién ama más? tú
quién tiene el rostro de mi muerte? tú tú turútu
      tutu

19/Ene/92

sábado, 15 de fevereiro de 2014

estrella errante: Manuel Iris, o bufão de deus

Não te estou chamando, chama claríssima
porque não canto no tom certo a teu ouvido
e porque minhas palavras - as melhores-
viram cinzas ao roçar-te
e ainda que
pela verdade
pela distância
e a crueldade
de nossas duas naturezas eu saiba
que este poema jamais te encontrará
deito-o em tua pele,

entrego ao fogo.


No estoy llamándote, flama clarísima
porque no canto en tono necesario para tocar tu oído
y porque mis palabras—las mejores—
se calcinan al rozarte
y aunque sé
por la verdad
por la distancia
por lo cruel
de nuestras dos naturalezas
que este poema jamás va a llegar a ti
lo arrojo hacia tu piel,
lo doy al fuego.






[este o livro está disponível para download no blog de Manuel, o Bufón de Dios]

sábado, 8 de fevereiro de 2014

estrella errante: Samuel Hanagid Juan Gelman y Eu, (trans)Com/posiciones

Convite

daria a vida pela que
flauta y harpas despertaram
em meio à noite/
que me vira
com a taça em mãos/
y me dissera
"teu vinho está em minha boca"/
y a lua parecia um C
com tinta de ouro inscrita
nas paredes que tem a noite/


Invitación

daría mi vida por
la que arpas y flautas despertaran
en mitad de la noche/
y me viera
con la copa en la mano/
y dijera
"tu vino está en mi boca"/
y la luna parecia una C
con la tinta de oro escrita
en las paredes de la noche/

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

estrella errante: Tom Maver

Mudanças

1

Há uma mãe gritando ao filho.
Bater de portas, um gemido, dois silêncios.
No corredor, os passos de um velhinho
marcam o tempo mais que o som do elevador.
Toca um telefone inconsolável
em um apartamento onde ninguém quer atendê-lo.
Alguém leva o lixo à rua como se de algo estivesse salvo.


Mudanzas

1

Hay una madre gritándole a su hijo.
Hay un portazo, un gemido, dos silencios.
Los pasos de un viejo en el pasillo
marcan el tiempo, más que los ruidos del ascensor.
Un teléfono inconsolable suena
en un departamento donde nadie quiere atenderlo.
Alguien tira la basura como si de algo se salvara.

[Tom Maver, poeta argentino, no livro Yo, la incesiante nieve]