sexta-feira, 3 de maio de 2013

menos que um: william carlos williams outra vez

E o mesmo poema. Recebi algumas críticas e sugestões de quem respeito muito em tradução e pronto, cá está uma outra tentativa, com alguns versos alterados, alguns ritmos e ordens, algumas coisas. A caixinha de críticas e sugestões ainda está - sempre estará - aberta.


Lamento

Chamam-me e eu vou.
Passou da meia-noite,
a estrada congelada, pneu
crava no asfalto
a neve em duro rastro.
A porta abre.
Sorrio, entro e
descalço o frio.
Vejo a mulher inchada
deitada em seu lado da cama.
Ela está doente,
talvez vomitando
ou então no sufoco
para dar à luz
o filho dez. Viva! Viva!
A noite apaga as luzes
do quarto em que se trepa,
pela persiana emana o sol
um douradíssimo filete!
Tiro o cabelo de seus olhos
e assisto, em compaixão,
sua desgraça.

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