terça-feira, 7 de maio de 2013

menos que um: wordsworth, palavra digna

Lendo e.e. cummings (suas inconferências traduzidas aqui em Portugal) encontrei um poema de William Wordsworth, que cummings cita no fim do primeiro capítulo. Intimações da Imortalidade A Partir De Lembranças Da Infância (Ode on Intimations of Immortality from Recollections of Early Childhood), o nome do longo poema do qual traduzi apenas alguns versos - os que me interessaram de verdade, devo dizer. Tentei reproduzir um tanto da sonoridade e dos padrões de rima do original, com evidente fracasso - fracasso do qual a tradutora portuguesa se esquivou simplesmente não rimando nada. Seguem as versões.

Pois cantem, aves, cantem, cantem um alegre som!
Deixem que os cordeiros dancem
Dos tamborins o tom!
Nós, em pensamento, estaremos com vocês,
Que cantam e que dançam,
Que os corações alcançam
De Maio o tempo bom.
(minha tradução)


Then, sing, ye birds, sing, sing a joyous song!
And let the young lambs bound
As to the tabor's sound!
We, in thought, will join your throng,
Ye that pipe and ye that play,
Ye that through your hearts to-day
Feel the gladness of the May!
(original de Wordsworth)


Então cantai, aves, cantai, cantai uma canção alegre!
E deixai que os jovens cordeiros saltitem
Ao som do tamborim!
Nós em pensamento juntar-nos-emos à vossa multidão.
A vós que cantais e tocais,
Que através dos vossos corações hoje
Sentis a alegria de Maio!
(tradução de Cecília Rego Pinheiro)



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